segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
embarque.
Tá na hora de começar a compartilhar aqui tudo que vem sendo escrito há mais de um mês. Nesse meio tempo, pensei em fazer um novo blogue pra contar as descobertas dessa viagem, até comecei, mas vi que tenho um carinho especial por esse espaço, decidi então guardar alguns escritos pessoais na memória do coração, ficou aqui pouca coisa do Lume. O momento dele agora é de (re)inauguração, assim como o meu também é. Santo Agostinho escreveu:
“O mundo é um livro, e os que não viajam acabam lendo só uma página”.
Percebi que poderia ler várias páginas de um “livro”. Viajar sozinha sempre despertou meu interesse,nunca tive coragem e resolvi fazer minha estréia. Mas antes de seguir sozinha mesmo, devo fazer algumas considerações.
No coração a saudade apertada de quem partiu de São Luís com a mala cheia de sonhos. Me senti um pouco como a Tiêta do Agreste, aquela expectativa de voltar pra casa mudada e com uma bagagem de história pra contar.
No dia da viagem dormi pouco, mas não devia!
O ideal era dormir e acordar cedinho, talvez um pouquinho tarde, mas dormir bem para acordar bem e executar os planos feitos para o sábado. Não deu. Não deu pra ir ao supermercado comprar latas de guaraná Jesus, não deu pra arrumar as unhas, não deu pra visitar minha madrinha, não deu pra fazer um monte de coisas que eu deveria ter feito antes de ir para o aeroporto.
No check in, hora de pagar pelos 4 quilos de bagagem em excesso.Tive sorte, a funcionária da Gol me liberou da despesa. Pensei: meu Deus, quanto vou pagar por excesso na volta? Mas tudo bem (deixa a vida me levar). Os 4 quilos que excederam na bagagem já eram o peso da saudade de casa, da família, dos amigos, da minha cidade.
Até que foi fácil encarar meu primeiro destino. Além das minhas malas, viajei com outras em formato de gente. rs. Minha irmã e mais duas amigas,a Rafaele e a Bárbara. Brincando, sem a alegria delas não teria sido tão divertido. Mas, enfim, entro na aeronave. Cadê o assento, não marquei o meu, só o das meninas, fiquei lá na frente e meu lugar foi justo o do meio e elas no fundão, as três juntas. Pôxa!Nem corredor e nem janela, fiquei arrasada. A sorte me sorriu mais uma vez, consegui uma vaguinha bem perto das minhas maletas, um dos 192 passageiros achou de desistir da viagem.
Tirei um cochilo e já era hora da comidinha do avião, cada vez pior. Serviram só um pacote de amendoim japonês e algo pra beber (água, suco ou refrigerante), só! Fecha parêntese.Por essa foto dá pra perceber que eu tava com muita fome (esfomeada, é o termo usado no Maranhão).
De repente,veio a voz do comandante (que voz!): “Atenção, tripulação, preparar para o pouso. No Rio de Janeiro a temperatura é de 26º e chove agora.”Tô nem aí! Que chova! Que faça sol à noite! Que aconteça qualquer coisa! Eu quero é chegar, eu quero é viajar, não me importo seu comandante.
Descemos e tome foto, as meninas não queriam perder nada, nada mesmo. Risada, clima de carnaval fora de época, uma folia que despertava os olhares de quem passava por nós. Esperamos no Galeão quase duas horas pra pegar o voo que nos levaria à São Paulo, destino oficial.
O sabor da viagem é lento assim como alguns embarques. O próximo episódio não demora a chegar.
Luz!
:)
Beijo.
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