quarta-feira, 27 de março de 2013
respeite as minhas lágrimas
Não há permissão para sofrer. Não há licença para chorar. “A vida passa muito rápido, vamos ser felizes!” Mas algo acontece no meio do caminho. Pisamos nos espinhos, sentimos dor, precisamos parar para retirá-los e cuidar dos nossos pés. “Corra, alegre-se, corra!” A alegria de viver, como se a dor não existisse. Como se não pudéssemos chorar as feridas, dar tempo para curá-las, entender as cicatrizes. “Divirta-se.” Onde está escrito que viemos a um parque de diversões?! Não há o momento de falar e o momento de calar?! Também há o momento de sorrir e o momento de chorar. Não me tirem esse direito. Não exijam de mim uma alegria constante, uma felicidade que inebria. Eu posso chorar. Eu preciso olhar para a minha dor, a minha frustração, enxergá-la, me revoltar por um segundo, entendê-la, aceitá-la e só então seguir.
Chorar até me inundar. Esperar secar. Jogar novas sementes e esperar florir. Só assim, sorrir.
Há realmente tempo para tudo. E eu respeito o tempo, assim como respeito a mim.
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