quarta-feira, 3 de outubro de 2012
amanhecendo
No café da manhã engole a infinidade e caminha carregando o peso de estar presa em si mesma. Caminha atentando os detalhes, procurando uma companhia. Não se encaixa. Está quieta,praticamente alheia. Sozinha por fora. Mas à noitinha ela tranca a porta e a magia acontece. Se veste dela mesma. Assiste a vida passar lá fora como se não fizesse parte dela. Tem amigos imaginários, paredes terapeutas e almofadas que conseguem abraçar. Canta, sorri, chora, perdoa, fotografa, se faz companhia. Ela se liberta. Até que cansa (a intensidade a deixa exausta, sem fôlego). Moda. Gritam: INTENSIDADE INTENSIDADE INTENSIDADE. Pessoas em série, quase todas iguais. Então dorme cansada de existir. Mas tem esperança. Adormece com um sorrisinho de quem não está sozinha. Até a manhã seguinte, quando acorda. Desejos simples ao raiar do dia. Em tempos de foco e fé, só um café! Quente, só que bem docinho, por favor.
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