terça-feira, 6 de novembro de 2012
astronautas do século XXI
Dizer. Falar. Gaguejar (eu, sou gaga – quando nervosa/sob pressão). Perder a voz. Acontece assim, quando existe. Amar já foi serenata. Já foi enfrentar vigília dos pais. Já foi história de portão. Já foi esperar a lua de mel para haver o primeiro toque. Amar já foi planejar fugas. Já foi morrer junto ao invés de viver separado. Amar já foi drama. Ficção. Filme, livro e música. Amar não era dizer eu te amo e pronto. Não era eu te amo solto. Não era eu te amo que o vento levava. Não era de mentira. Não era fácil de falar. Não era. Porque antes era sentido. Amar era sincero. Amor não era inventado. Não se explicava. Não se entendia. E nem se fazia questão de entender. Amar era. É. É caminhar de mãos dadas. É sorrir, e sentir sorriso. É chorar, e sentir suporte. É ser feliz, e ser feliz. É amizade. Sorvete em uma só taça. Filme juntos. Rir da piada sem graça, apenas por amar. É estar sozinho e imaginar como seria a reação do outro na mesma situação. É errar, e ainda assim amar. É sentimento incrível. Coisa de Deus. Sem reservas ou restrições. É o topar tudo. Aquela coisa gostosa, sintonia dos que amam perdidamente. Observo relações meteóricas. São os astronautas do século XXI. O amor, amor mesmo, ficou guardado numa caixinha de bordado em alguma penteadeira antiga, ou passeando nas ruas de pedra de alguma cidade do século passado. Hoje em dia?! Eu te amo significa quero ter você agora. Eu te amo hoje. Amanhã não te amo mais. Hoje em dia se inventa. Se compra a ideia de ter um amor. Só a ideia. O amor não chega. Desinventa. Inventam – se “novos amores” do dia pra noite. Hoje em dia eu te amo é descartável. Sentimento enlatado. Hoje em dia?! Eu te amo é quase bom dia. O amor não. Se não sabe do que sente, como dizer?! Mas se tem certeza. É uma espécie de fantasia/loucura ao coração sensível. Se foi dado. Se foi recebido. O amor é. Ele simplesmente é. Não dá pra dizer: paixão é isso – amor aquilo. Coisa mais sem graça dos nobres astronautas. Quem vai saber?! Apenas ame, muito. Dispensem todas as palavras . Elas geralmente tem mania de complicação.
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2 comentários:
Old school, forever!
Alunos pra sempre!
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