domingo, 11 de novembro de 2012

é você

Me olho e só te enxergo. Tô falando muito e?! Não importa. Te imaginei sozinho, deitado com os pés para cima. Com aquela meia que você usa quando sente frio. Imaginar você me pareceu mais interessante que a leitura a ser feita. E eu escrevo. E você me olha. Morde a tampa da minha caneta e fala rápido quando me nota te olhando como se não tivesse mais nada pra ser olhado no mundo todo. Não existe. Sorrio. Você sorri. Safado, sensível, sexy. Tudo. Gosto de quebrar tuas defesas e acho lindo o jeito como coça a cabeça e diz: f@#%&. E logo depois muda de assunto e fala do cheiro do meu perfume e eu fico toda molinha. Depois sai andando pela rua de um jeito tão bonito que eu penso que São Luís inteira foi construída só para caber você. Pode chamar agora que eu topo que o primeiro bêbado nos case com aqueles anéis das latinhas de cerveja. Não tá dando pra aguentar. Tem o jeito que você me puxa com as pernas, tua imagem fazendo carinho nos meus olhos, aquela sacola de beijos que não acaba de tão cheia. Tem você fingindo não escutar minhas declarações de amor só para depois me fazer repeti-las. Tem eu sorrindo do nada ao lembrar de ti, gerando perguntas do tipo: do que você tá rindo?! Você é a maioria dos meus motivos. Não ri. É exatamente isso. De vez em quando eu fico assim, querendo fugir com você num vagão desses trens de carga. Só pra gente sorrir, conversar e sonhar. Ficaria te ouvindo a madrugada inteira, todas as tuas viagens, tudo que teus olhos já viram. Só de orgulhosa do meu amor. Sabe mais o que vai ter?! Abraços no cinema. Você cheirando meus cabelos, eu fazendo manha e gostando de ser tua. É mais ou menos assim que vejo o amanhã. É deitar na cama, lado a lado, olhando para o teto, e trocar confidências de toda uma vida, é dar um beliscão por causa de qualquer ciúme infantil. E no dia seguinte te beijar quentinho. Eu tenho medo, entende?! Mas de repente, passa. Pode até ser um engano de amor. Mas admito que fica muito mais fácil ser eu, com você.

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